Vou ser sincera, não me preparei para esse post. A verdade é que eu fui tāo engolida pelo mês que simplesmente esqueci do projeto. Ainda assim, decidi falar de um dia específico depois de ter vivenciado ele. Parece tão fresco na minha memória.
Sábado, 25/10/2025
O plano do dia: irmos ao salão cortar o cabelo da gata ainda pela manhã e depois iríamos num evento prestigiar cunhadinho tocar.
Dia de sair com a vovó Adriana é dia que Sara pula rápido da cama, mesmo que ainda queira dar seus pitacos no que vai vestir e isso tome um pouco mais de tempo (e paciência). Minha mãe chegou, Sara e eu numa discussão calorosa sobre qual seria o corte de cabelo. Ninguém mandou parir uma criança cheia de personalidade.
Depois de chegarmos num consenso (ela querendo discutir penteado e eu querendo definir o corte), seguimos para o salão.
Acabamos chegando bem antes do horário marcado — lá tem um playground para as crianças enquanto esperam — mas, como não tínhamos preferência pelo profissional e tinha uma disponível no momento em que chegamos, Sara foi atendida coincidentemente pela mesma cabeleireira que atendeu ela na nossa última visita.
Foi ainda mais fácil explicar para a cabeleireira que a expectativa da Sara era de sair de lá com a mesma coroa de tranças com adesivos e glitter que saiu da última vez, tal qual a princesinha que é.
Como podem ver pela carinha dela, desejo alcançado com sucesso.
A escolha do corte podemos dizer que tem o dedo das três. Minha mãe tem tentado me convencer a fazer franja na Sara já tem uns dois anos fácil. O problema é que eu me conheço o suficiente para saber que euzinha aqui não dou conta de manter uma. Não dei conta de manter a minha, o que foi um grandíssimo surto capilar que me deu uma bela dor de cabeça até ficar domável o suficiente. E Sara, veja bem, parece ter herdado a mesma falta de paciência capilar que a mãe tem. Ainda assim, pareceu estar tão curiosa quanto a mãe para ver no que a ideia da avó iria resultar.
Sara e eu conversamos sobre cortar o cabelo mais curto para diminuir o incômodo dela com os nós no cabelo que surgem durante a noite porque a gata não para quieta. De tempo em tempo cortamos com esse propósito simples, facilitar a vida. Ainda assim é uma criança que quer se ver bonita. Montei uma pastinha na outra rede com várias referências de corte para crianças, com e sem franja, com penteados, sem penteados elaborados, enfim, para a gata ver qual atraia mais ela. Essa foi a escolha dela.
Geralmente, antes mesmo de irem lavar os cabelinhos pré corte, a criança escolhe qual vestido vai usar. Dessa vez, suspeito que por vergonha (foi a primeira vez da vovó lá e talvez ela estivesse muito eufórica vivenciando esse momento com a neta 😂), Sara quis escolher seu vestido apenas depois que o corte e penteado já estavam prontos.
Qualquer receio de que o resultado não deixasse ela feliz caiu por terra ao ver a animação dela pra ir escolher o vestido, pedir mais pipoca, sentar no cantinho de leitura do salão para curtir seu momento de princesa.
De lá seguimos rumo a primeira edição de Wake & Bake, parceria da Areiia Records (gravadora do cunhadinho, Afterclapp) e a casa Anómada.
Wake & Bake
Em parceria com a @areiiarecords e a família @anomada__, unimos forças para criar um brunch eletrônico inspirado nos icônicos boiler rooms de padaria que vêm ganhando espaço pelas capitais europeias. ❤️🔥
via @afterclappmusic
Chegamos lá pouco depois do evento começar e a sensação era de que o dia realmente seria muito bem aproveitado.
Querendo ou não, quando planejamos sair da nossa zona de conforto em algo que inclui nossos filhos ainda pequenos, isso envolve toda uma organização mental do que esperar do dia. Pelo menos é assim por aqui, e olha que nem sou de sair muito.
Foi como se fosse uma mensagem do universo pra mim, dizendo que eu posso sim sair da zona de conforto, me desprender da ideia de que só gosto de ficar em casa, permitir que eu me aventure em coisas novas e que essas coisas podem dar espaço para Sarinha ser incluída também.
Pais sabem do que eu tô falando, depois dos filhos tem muito lugar que parece que não nos cabe mais. E quando esses lugares foram pouco vivenciados, parece que sacrificamos vivências antes mesmo de sabermos o que estávamos perdendo.
O ponto é, viver esse dia parece que foi a virada de chave final sobre o que tem passado na minha cabeça ultimamente. Quero reformular a versão que vejo de mim mesma sobre as coisas que vivo, sobre o que gosto. E, além do que desejo pra mim, quero ser essa parceira de vivências para Sarinha também. Que ela me veja vivendo e não apenas trabalhando.
Enfim, voltando ao assunto...
Primeira coisa que sacrifiquei, por assim dizer, foi meu celular. Deixei com o cunhado para ele poder gravar o set.
Apesar de ser uma pessoa que geralmente sente que viveu as coisas pelo tanto que registra, como se vivesse enquanto vê as bonitezas do momento, dessa vez eu decidi meio que inconscientemente apenas deixar as coisas rolarem. Com isso, todos os registros foram feitos com celular do cunhado e da minha mãe. Sem planejar, me permiti novas formas de vivenciar as coisas enquanto as pessoas ao meu redor viam as bonitezas do momento.
Brunch, Drink & Music. Eu nem sabia que dava para juntar tudo isso num rolê só e ser tão bom.
Pensa comigo, eu querendo me aventurar em coisas novas mas ainda apegada a velhos rituais. Sentar, comer, dormir cedo. Fui parar num evento onde tinha comida (e muito boa), tinha bebida (moms need alcohol), tinha lugar pra sentar, evento ia até as 17h, ou seja, cedo (apesar de ironicamente a gente não querer que acabe) e tinha musica pra gente descobrir que ainda tem energia sim pra mexer esse corpinho.
Suspeito que a Sara tenha sido a única criança que não dormiu porque ficou fazendo bagunça com a avó. E sim, tinha crianças lá. Uma das nossas amigas inclusive ficou chocada porque a sua bebê dormiu uma bela cochileta de 2h enquanto a música tocava sem parar.
Aqui inclusive vai um dica para mães de primeira viagem de algo que eu já suspeitava e que tiramos prova nesse evento. Bebês se adaptam ao meio em que estão e não vai ser um dia fora da rotina que vai acabar com a rotina do seu bebê. Além de que as regras que você conhece que funcionam contigo e teu bebê nem sempre se aplicam ao seu bebê e outras pessoas. Se o seu bebê se sentiu confortável com alguém próximo a você, que você confia obviamente, aproveite. Os dois estão bem sem você, aproveita o momento.
Contextualizando, nossa amiga ficou com receio de abusar do colo dos amigos e até então acreditava que a pequena só dormia por mais tempo se fosse no colo dela. Com as minhas experiências com a Sara só falei para ela focar no tempo cronometrado dela para que pudesse beber antes de voltar a amamentar (limite de 2 horinhas sem álcool antes da próxima mamada, a quem interessar a informação) e que confiasse no fato de que bebê só tem sensor de distanciamento quando sai do colo da mãe. A pequena dormiu no colo de um amigo nosso e quando enfim ele cansou, fizemos uma caminha improvisada no canto do sofá que estávamos. Para surpresa da mamãe, a pequena dormiu direto longas 2 horas de soninho tranquilo e acordou mais tarde pronta para dançar mais com os amigos da mamãe.
E como eu sei do peso que isso tira das nossas costas quando queremos viver um pouco, além de apenas viver a maternidade, quando temos quem nos ajude nesses momentos. Mesmo que eu não amamente, por exemplo, pude curtir o dia vivendo além da maternidade porque minha mãe aproveitou o dia para mimar e matar a saudade da neta. Parece bobo, mas pude beber, conversar com as pessoas e, pasmem, dançar (algo que eu nem sabia que gostava) porque sabia que Sara estava perto e segura curtindo o evento do seu próprio jeitinho com a avó.
Conforme as pessoas foram chegando fui revendo amigos queridos que fazem parte importante da vida da minha irmã e que, por isso, sinto que é importante me conectar com eles também. Sei disso porque a cara dela entregou isso tantas vezes no dia que se a gente pensar demais os olhos ficam marejados fácil. Além de que também sinto isso com as minhas pessoas favoritas, essa urgência de conectar todas as minhas pessoas favoritas.
Essa primeira edição do Wake & Bake foi sucesso. E digo isso não só por ter curtido a experiência numa análise mais pessoal da coisa, mas analisando o evento em si. Cunhado e a Ana, uma querida que conheci no dia, arrasaram demais. Não tinha como negar que todo mundo vibrava felicidade ali. Aquela felicidade que contagia mesmo, que faz a gente mexer o corpo sem perceber.
O mais legal disso tudo? Gostei demais da versão que me permiti ser ali, sem pensar demais, e quero com toda certeza repetir a dose. Sara também amou a festa do tio rodrigo e disse que quer ir mais várias vezes.
Na próxima só preciso lembrar de tomar mais água porque ressaca antes mesmo de chegar em casa é complicado viu. Os 30+ não tem um dia de paz.
Assim que o evento acabou, como o Anómada continua funcionando, resolvemos jantar por lá antes de ir embora. Cunhado, irmã, mãe e eu só o pó querendo comer e ir logo pra casa dormir. Sara a milhão para a surpresa de ninguém. Jantamos pizza e saímos de lá com a certeza de que pretendo voltar não só pela comida mas pelo o que o evento proporcionou.
Sara e eu fomos direto para o banho assim que chegamos em casa e, diferente da Sara, fui para cama antes das 22h com um comprimido de dipirona e um sonho (que a ressaca passasse logo) como a jovem senhora que sou. Já Sara continuou gastando a energia com o pai por mais um tempo. Nada como bateria nova né? Dura que é uma beleza.
E assim foi um sábado de outubro pouco comum e cheio de boas memórias.
✨
Quem quiser conhecer um pouco mais do trabalho do cunhadin, segue LINK DA PLAYLIST no Spotify — tentei compartilhar a playlist de outra forma aqui e por razões misteriosas não consegui, sorry. Talvez alguém aqui já conheça alguma produção dele e se eu fosse arriscar diria que a terceira música dessa playlist 😉
Também rolou participação dele no último Sounds in da City, que não fui mas espero ir em um próximo. Segue fullset da apresentação dele no dia:
🌿
Esse post faz parte da seleção de temas do nosso grupo de blogagem coletiva Work Of Art, criado com o intuito de compartilhar nossas perspectivas sobre os mesmos assuntos. Se essa ideia também te anima e você quiser fazer parte, tenho uma página no blog explicando um pouco mais sobre o grupo.
Tema #006: um dia comigo.






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